Perguntei a alguns dos baluartes do leonísmo, como a CL Ratto e outros, e todos tinham uma idéia vaga e aproximada mas sem certeza. Coloquei então uma nota neste boletim, solicitando que quem soubesse nos informar. Para completar, escrevi a maior autoridade da história do leonísmo, o CL Alexandre Campos da Costa e Silva.
Em pouco tempo, chegou uma resposta da Associação Internacional respondendo a consulta do CL Alexandre. E como única resposta ao anuncio do boletim, uma carta e um artigo do CL Jarbas Carvalho de Oliveira, do Lions Clube de Salvador - Itapagipe, de Salvador (BA), cujo teor é basicamente o mesmo da resposta de Lions Internacional.
Em resumo, a função do sino é chamar a atenção, da mesma forma que as campainhas, a corneta militar, o triângulo ou cano metálico nos acampamentos, etc. O sino, todavia, está siamesamente ligado ao martelo, e sobre este o CL Jarbas nos manda uma instrução leonística que abaixo reproduzimos.
A Importância do Martelo
Pouco ou quase nada se tem falado (ou tenho ouvido), sobre um dos mais importantes, senão o mais importante, instrumento utilizado pelo dirigente de um Lions Clube, o Martelo, que é transmitido pelo Presidente que encerra o seu mandato ao que assume, do decorrer da assembléia de posse.
Muitas vezes tenho ouvido presidentes de clubes, em vários locais e ocasiões, empunharem esse instrumento e referir-se a ele como "o malhete" e, às vezes, logo de , imediato, com uma exclamação, corrigir-se, nominá-lo como Martelo.
O reparo que muitos procuram fazer quando utilizam o termo malhete, nota-se claramente que vem em função de esse termo ser o mesmo que os dirigentes maçons usam para designar o mesmo instrumento em suas reuniões.
Na verdade, "malhete" é que vem a ser a denominação correta desse instrumento de trabalho do dirigente de um Clube de Lions ou de outra instituição em que ele seja utilizado, apesar de o termo martelo ser seu sinônimo.
O malhete é um instrumento de governo, sendo, segundo os pesquisadores e entendidos, o mais antigo e profundo símbolo do mundo.
Há milhares de anos, o signo especial de Ser Supremo era representado por uma longa linha vertical, com dois braços pequenos cruzados próximos da parte superior. Posteriormente, os negros nilóticos que ocuparam por algum tempo o Egito, expulsos posteriormente pelos próprios egípcios, usaram esse símbolo um pouco alterado, colocando os dois braços superiores, que eram cruzados, um acima do outro, representação de onde deriva a dupla cruz que ainda é utilizada pela igreja grega, recebida por esta, da igreja copta.
Nesse meio, o símbolo sofreu outra alteração, unindo-se os extremos dos braços superiores, tanto quanto cruzados ou quando paralelos.
Essa modificação passou a representar a acha de arma de duplo corte, aparecida quando o homem inventou o cabo, sendo então tomado como a insígnia do caudilho ou rei, em varias partes do mundo.
Na Caldéia foi o distintivo do Supremo Deus Rarun, que tinha também o titulo de Deus da Acha.
Os Aztecas igualmente utilizaram esse símbolo designando o seu caudilho, considerado o representante de Deus.
No Egito ele era utilizado pelo Faraó, como insígnia, na qualidade também de representante de Deus.
O termo malhete tem origem no inglês "gavel", provindo da palavra "gable", que significa espigão, nome mais ligado ao objeto a apresentar tal forma do que ao duplo machado ou acha antiga.
Quem impunha o martelo ou o malhete de dirigente de qualquer instituição, está empunhando a insígnia de governo, a insígnia de ascendência a todos os que lhe são subordinados, a todos que estão sob sua direção.
Assim o é com relação ao Juiz, ao leiloeiro, ao dirigente maçom e, de igual modo, com relação ao dirigente de um clube de leões.
Essa é pois a grande e simbólica importância do malhete empunhado pelo dirigente durante as reuniões de um Clube de Lions.
CL Jarbas Carvalho de Oliveira - O Leão Quarentão - Ano XLV No. 03 - pg. 07
Textos organizados pelo CL Marco Antonio Struve
Lions Clube de Indaial - Distrito L-10